A filosofia não é uma ciência experimental. Entretanto, muitos filósofos partem da observação e experimentação das formas de vida para interpretar e teorizar seus pensamentos.
Essa experimentação da vida cotidiana é um estudo prático, onde o principal instrumento de pesquisa é o próprio investigador buscando respostas que fundamentam a vida.
Acredito, com brilho nos olhos e inquietação na alma, que a natureza de observação filosófica sobre a vida seja algo a ser comemorado (assim como, uma boa pergunta ser digna de reverência).
Longe de afirmar que a filosofia está como a área do conhecimento mais importante, expresso meu encantamento pela prática filosófica de ser.
Isso explica minha insistência na importância de que as pessoas aprendam a “Ser Filósofas” e o quanto me preocupa o fato das escolas darem uma maior importância para que as pessoas “aprendam filosofia” decorando e mergulhando em teorias sem a prática contemplativa ou experiencial da construção do pensamento.
É primordial e urgente que o tradicional método de ensinar filosofia nas escolas, somente teorizando em uma linha do tempo como as pessoas pensavam, dê lugar a novas práticas que possibilitem questionar e buscar respostas pela experimentação do corpo na interpretação dos sentidos e na prática crítica e curiosa em construir relações, dúvidas, críticas e novas formas de pensar (sobre si, sobre o outro e sobre o mundo).
Atrevo-me a dizer que aí está o princípio do respeito à individualidade!
Essa prática, que dialoga com teorias já existentes, parte do princípio de que estudo dos mais diversos filósofos, nos trazem provocações profundas para desenvolvermos, com criticidade, nossos próprios pensamentos, dando sentido e significado ao que vivemos.
Martha Nussbaum, filósofa estadunidense, insiste em seus textos que “a filosofia não pode estar afastada da vida real”. Obrigada pela insistência, Martha!
Sabemos que a filosofia marca a história do mundo com diversos pensadores e pensadoras e suas múltiplas formas de expressar seus conhecimentos. Podemos, então, compreendê-la como um movimento de grande importância na escola, que interpreta a vida e espalha infinitas observações sobre um mesmo assunto.
Aí está a importância dela: a diversidade!
Quando iniciamos nossas reflexões, por qualquer assunto que seja, é na liberdade de criar as próprias conclusões que construímos a nós mesmos.
Essa diversidade está claramente marcada quando Heraclito defendeu que tudo está em constante modificação, enquanto Parmênides, ao contrário, disse que a mudança não passa de aparência. Nessas duas contradições, não há o certo ou o errado, mas sim formas diferentes de pensar.
Eu compreendo a diversidade como o movimento principal da nossa construção humana e libertar a filosofia dos métodos tradicionais de ensino, é criar ações para que esse movimento seja protagonizado pelo sentir e pensar do próprio indivíduo.
Quando Tim Ingold afirma que “estar vivo é estar em movimento”, considero o sentir e o pensar como uma forma de mover-se entre ideias, pessoas e lugares. É mover-se em espaços onde a observação e a sensação criam novas formas de ver o mundo.
A filosofia na escola, existe para validar o que as alunas e os alunos sentem e pensam.
Para viverem!
Felicidade, Uma Brecha
Os estudos filosóficos sobre a felicidade, trouxeram aos nossos estudantes da 2º série do ensino médio a percepção de que felicidade é um estado e/ou uma sensação e, percebê-la nas pequenas brechas do dia-a-dia é o que torna a vida cheia de significados.
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